Mas o Sonho da Teresa nem tudo vende. Algumas das estantes da papelaria assemelham-se a um pequeno museu de brinquedos, com artigos da Nici, da Floribella ou dos Pokémons em destaque. Todos os sábados, o marido de Teresa “vai ao armazém comprar coisas”, por isso, explica, é normal que vão acumulando algum stock daquilo que não sai. Mas Teresa não está preocupada; “de vez em quando vende-se alguma coisa que está cá há muitos anos”, conta-nos, como é o caso dos Pokémons, que voltaram a ficar populares nos últimos tempos.
O Sonho da Teresa continua a ser o sonho número um de Teresa Ladeira que, admite, não é necessariamente por se tratar de uma papelaria que assim o é. Confessa que gosta é de fazer “embrulhinhos” e outros trabalhos manuais, e que aquele sempre lhe pareceu ser um bom sítio para o fazer. Se tivesse de ter outro sonho era uma retrosaria, onde poderia aplicar esse mesmo gosto aos tecidos. Mas para já é no número 47 da Rua Almeida e Sousa onde a encontramos, a dois passos do Mercado de Campo de Ourique, e onde, quem sabe, à semelhança da mãe Aurora, continuará por muitos, muitos anos a escrever a história do bairro.